
Intervenções em Vias Aéreas: O2, Nebulização e Mais
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Introdução
Durante uma emergência respiratória, manter a via aérea pérvia e garantir uma oxigenação adequada é uma prioridade absoluta no protocolo PALS. Para isso, existem diferentes estratégias de intervenção, que variam conforme a gravidade do quadro, o nível de obstrução, a presença de broncoespasmo ou edema, e o estado clínico geral da criança.
Neste post, você vai entender:
- O papel da nebulização em T
- A importância da oxigenoterapia
- Quando e como utilizar as 5 vias de administração de oxigênio
- O que considerar na hora de ajustar o fluxo de O₂
1. Nebulização em T: desobstruindo e reduzindo o edema
A nebulização em T é um recurso eficiente na obstrução das vias aéreas superiores ou inferiores, agindo de forma direta sobre a mucosa inflamada ou broncoconstrita.
Indicações:
- Obstrução de vias aéreas com sinais de inflamação
- Edema laríngeo, laringite, crupe
- Broncoespasmo (asma, bronquiolite)
- Presença de secreções espessas
📌 Vantagens:
- Permite administrar medicação inalável (salina, adrenalina, broncodilatadores) diretamente nas vias respiratórias
- Mantém o paciente conectado ao oxigênio
- Pode ser acoplada ao sistema de ventilação ou TET
👉 Em breve: Nebulização em T - Quando e como usar
2. Oxigenoterapia: essencial em qualquer emergência respiratória
O oxigênio suplementar é uma das primeiras intervenções em situações de insuficiência respiratória, e sua administração deve ser sempre individualizada.
Fatores a considerar:
- Tamanho da criança
- Frequência respiratória
- Volume corrente
- Grau de esforço respiratório
- Nível de saturação de oxigênio (SpO₂)
3. Vias de administração de oxigênio: como escolher?
A escolha da via ideal para administração de oxigênio depende da gravidade do caso, do nível de consciência da criança, da presença ou não de esforço respiratório, e da necessidade de pressão positiva ou não.
Abaixo, um resumo das 5 vias principais:
🔹 Baixo Fluxo
- Máscara simples ou cânula nasal
- Indicada para casos leves a moderados
- Concentração de O₂ entre 24–40%
- Bem tolerada, porém limitada em quadros mais graves
📌 Útil quando a criança ainda mantém boa mecânica respiratória, sem esforço extremo.
🔸 Alto Fluxo
- Dispositivos de alto fluxo nasal (HFNC) ou máscaras com reservatório
- O₂ aquecido e umidificado
- Concentração de O₂ até 100% com alto fluxo (≥1–2 L/kg/min)
📌 Indicado em casos de insuficiência respiratória moderada a grave, com esforço respiratório evidente.
🔺 Pressão Positiva
- CPAP ou BIPAP (quando disponíveis)
- Melhora a troca gasosa e reduz o trabalho respiratório
- Ajuda a manter alvéolos abertos
📌 Ideal em doenças do tecido pulmonar como pneumonia grave, bronquiolite ou edema pulmonar.
🔻 Via Orofaríngea
- Dispositivos como cânula de Guedel
- Usada para manter via aérea aberta em pacientes com nível de consciência reduzido
- Ajuda a prevenir queda da língua e obstrução
📌 Complementar à oxigenoterapia. Não substitui ventilação nem via aérea definitiva.
⏹️ Via Avançada
- Intubação endotraqueal ou máscara laríngea
- Para pacientes com rebaixamento grave, apneia ou parada respiratória
- Permite ventilação controlada e proteção contra aspiração
📌 Usada em casos de deterioração progressiva, falha na oxigenoterapia convencional ou necessidade de suporte ventilatório total.
Considerações Finais
💡 Nem todo paciente precisa de 100% de oxigênio — mas todo paciente com desconforto respiratório precisa ser monitorado de perto.
A escolha da via de administração e do fluxo de O₂ deve sempre ser guiada pelo quadro clínico, com base em:
-
Avaliação primária e sinais vitais
👉 Veja aqui como fazer -
Frequência respiratória e esforço
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Nível de consciência e resposta pupilar
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