
O2 com Pressão Positiva: Quando Usar e Como Aplicar
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Introdução
A oxigenoterapia com pressão positiva é indicada quando a ventilação espontânea do paciente não é suficiente para garantir uma oxigenação e troca gasosa eficazes. No contexto do PALS, essa estratégia é vital para evitar a intubação precoce e pode ser decisiva no manejo de emergências respiratórias graves.
O principal método de ventilação com pressão positiva não invasiva é o uso do dispositivo bolsa-válvula-máscara (BVM), popularmente conhecido como Ambu.
Bolsa-Válvula-Máscara: o que é e como funciona
O Ambu é um sistema manual de ventilação, com ou sem conexão ao oxigênio suplementar. Pode ser utilizado em qualquer ambiente (hospitalar ou pré-hospitalar) e é essencial em situações de reanimação.
Características principais:
- Pode ser utilizado com ou sem fonte de oxigênio
- Quando conectado ao O₂, permite FiO₂ de até 100%
- Fluxo mínimo recomendado: 10 L/min
- Utiliza uma máscara facial vedada, com válvula unidirecional
- Permite controle da ventilação e pode ser acoplado a filtro e reservatório
💡 Quando bem utilizado, pode ser tão eficaz quanto a intubação endotraqueal em um primeiro momento.
Quando utilizar a pressão positiva?
Situações indicadas para ventilação com pressão positiva incluem:
- Esforço respiratório ineficaz
- Bradipneia ou apneia
- Redução do nível de consciência com risco de obstrução de via aérea
- Saturação de O₂ persistentemente baixa, mesmo com alto fluxo
A escolha da pressão positiva como primeiro recurso é especialmente válida quando:
- Não há equipe disponível para intubação imediata
- Há tempo para resposta ao tratamento clínico (medicações, nebulização, aspiração)
- A intubação pode ser evitada com suporte ventilatório eficaz
Cuidados essenciais durante o uso do Ambu
Apesar de ser uma estratégia eficiente, a ventilação com Ambu exige atenção a pontos cruciais para evitar falhas e complicações:
1. Aspiração da via aérea
Antes e durante a ventilação com bolsa-válvula-máscara, é fundamental garantir que as vias aéreas estejam livres de obstruções, como:
- Secreções espessas
- Sangue
- Vômito
A aspiração deve ser feita de forma segura e sistemática, utilizando sondas adequadas ao tamanho da criança.
👉 Saiba mais em: Complicações da Aspiração de Via Aérea
2. Inserção de via aérea oral (Guedel)
Em crianças com rebaixamento de consciência, a queda da língua pode causar obstrução. O uso da via aérea orofaríngea (como a cânula de Guedel) ajuda a manter a via aérea aberta e otimiza a ventilação com Ambu.
👉 Leia mais: Via Orofaríngea e Suporte Básico
Vantagens da pressão positiva com Ambu
- Rápida aplicação, mesmo sem intubação
- Pode ser usada em qualquer cenário
- Permite titulação de volumes e frequências
- Evita uso precoce de via aérea avançada
No entanto, exige treinamento adequado para evitar hiperventilação, distensão gástrica ou barotrauma.
Conclusão
A ventilação com pressão positiva via bolsa-válvula-máscara é uma das habilidades mais importantes em emergências pediátricas. Quando realizada corretamente, pode prevenir a deterioração clínica e oferecer tempo para decisões críticas, como intubação ou transferência.
💡 A escolha por esse método deve vir acompanhada de monitoramento contínuo, preparo para aspiração das vias aéreas, e possível progressão para via aérea avançada caso não haja resposta.
Continue aprendendo
✅ Veja também:
- Via Avançada de Oxigenação
- Intervenções em Vias Aéreas no PALS
- Emergências Respiratórias e Classificação
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