Oxigenoterapia de Baixo Fluxo no PALS: Quando e Como Utilizar

Oxigenoterapia de Baixo Fluxo no PALS: Quando e Como Utilizar

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Introdução

A oxigenoterapia de baixo fluxo é uma das primeiras estratégias utilizadas em crianças com sinais leves a moderados de desconforto respiratório. Ela é indicada principalmente quando o paciente mantém respiração espontânea eficiente, sem necessidade de suporte com pressão positiva.

No contexto do PALS (Suporte Avançado de Vida Pediátrico), compreender como, quando e quanto oxigênio ofertar por dispositivos de baixo fluxo é fundamental para garantir uma oxigenação eficaz sem causar efeitos adversos, como a ressupressão respiratória em pacientes com hipercapnia crônica.


O que caracteriza o "baixo fluxo"?

O sistema de baixo fluxo é aquele em que o volume de oxigênio fornecido não supre toda a demanda inspiratória do paciente. Por isso, o ar ambiente acaba se misturando com o O₂ administrado, o que reduz a fração inspirada de oxigênio (FiO₂) recebida.

💡 Quanto menor o fluxo, menor será a concentração final de oxigênio que chega aos pulmões da criança.


Dispositivos e volumes utilizados

✅ Cânula nasal

A cânula nasal é uma das formas mais simples, confortáveis e comuns de oferecer oxigênio em pediatria.

  • Fluxo: 250 mL/min a 4 L/min
  • FiO₂ aproximada: 24% a 40%
  • Bem tolerada, mesmo em pacientes conscientes e em observação
  • Não causa claustrofobia e permite alimentação oral (se indicada)

📌 Ideal para quadros leves de hipoxemia, como em infecções virais, asma leve, bronquiolite incipiente ou pós-crise convulsiva.


✅ Máscara simples

A máscara facial simples fornece uma concentração mais elevada de oxigênio em relação à cânula nasal, porém ainda é considerada de baixo fluxo, pois também mistura O₂ com ar ambiente.

  • Fluxo: mínimo de 6 L/min (para evitar reinspiração de CO₂) até cerca de 10 L/min
  • FiO₂ aproximada: 40% a 60%
  • Deve ser usada com o paciente mais agitado ou em desconforto respiratório moderado
  • Contraindicada em crianças que não toleram objetos sobre o rosto ou apresentam risco de aspiração

📌 Útil em crianças hipoxêmicas com esforço respiratório leve a moderado, que não aceitam a cânula ou necessitam de uma FiO₂ um pouco mais elevada.


Quando usar o baixo fluxo?

As indicações principais incluem:

  • Paciente com SpO₂ < 94%, porém sem rebaixamento de consciência ou falência ventilatória
  • Boa mecânica respiratória: sem uso excessivo de músculos acessórios
  • Casos em que há previsão de melhora clínica rápida
  • Situações iniciais de atendimento, até avaliação completa ser concluída

👉 Avalie com base na frequência respiratória e esforço respiratório e faça sempre o monitoramento da SpO₂.


Limitações do baixo fluxo

Embora simples, o sistema de baixo fluxo não é adequado para todos os pacientes:

  • Não oferece concentração exata de oxigênio (varia com padrão respiratório)
  • Pode ser insuficiente em quadros de insuficiência respiratória moderada a grave
  • Não permite suporte com pressão positiva
  • Não protege a via aérea (ao contrário da intubação ou dispositivos supraglóticos)

Se o paciente não melhorar rapidamente, evoluir para rebaixamento do nível de consciência, ou apresentar aumento do esforço respiratório, deve-se considerar:


Conclusão

A oxigenoterapia de baixo fluxo é uma ferramenta valiosa, especialmente quando iniciada precocemente e usada corretamente. No entanto, sua eficácia depende da boa avaliação clínica e da monitorização constante.

O uso inadequado — seja por subestimar a gravidade ou por manter por tempo excessivo — pode atrasar intervenções mais eficazes e comprometer a oxigenação cerebral.

👉 Não esqueça de associar à avaliação primária do PALS e à lógica do avaliar, identificar e intervir.


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