
O Ciclo do PALS: Avaliar, Identificar, Intervir e Reavaliar
No PALS, o atendimento pediátrico em emergência segue uma estrutura cíclica e contínua baseada na tríade:
Avaliar → Identificar → Intervir → Reavaliar
Esse ciclo permite respostas rápidas, baseadas em evidências, e direcionadas à condição clínica real da criança.
Trata-se de um modelo dinâmico, no qual o profissional deve estar em constante vigilância, adaptando condutas a cada nova resposta do paciente.
🔍 1. Avaliar: a base de toda boa decisão
O primeiro passo do ciclo é a avaliação sistemática. Ela se inicia na Impressão Inicial, segue com a Avaliação Primária, e aprofunda-se com a Avaliação Secundária.
Cada uma dessas etapas permite reunir dados sobre:
- Estado neurológico e nível de consciência
- Via aérea e padrão respiratório
- Perfusão, pulso, cor da pele, tempo de enchimento capilar
- História clínica (SAMPLE)
- Exame físico completo
⚠️ Avaliações feitas com método salvam vidas e evitam omissões críticas.
🧠 2. Identificar: transformar dados em diagnóstico clínico
Com base nas informações obtidas, é hora de identificar o problema prioritário.
Você deve se perguntar:
- A criança está com via aérea obstruída?
- Há sinais de insuficiência respiratória?
- Existe choque (compensado ou descompensado)?
- Estamos diante de uma parada cardiorrespiratória?
- Há alguma causa reversível (Hs e Ts) envolvida?
A identificação rápida e precisa do problema é o que determina a conduta imediata, seja ventilação com bolsa-válvula-máscara, infusão de Epinefrina, intubação ou desfibrilação.
💡 3. Intervir: agir com técnica e prioridade
Após identificar o distúrbio, entra a fase de intervenção rápida e eficiente, de acordo com o protocolo do PALS.
Exemplos de intervenções:
Problema identificado | Intervenção imediata |
---|---|
Obstrução de via aérea | Posicionar, aspirar, ventilar |
Bradipneia com hipoxemia | Oxigênio, suporte ventilatório |
Choque séptico | Acesso venoso, expansão volêmica, antibiótico |
PCR com ritmo não chocável | Iniciar RCP e administrar Epinefrina |
Frequência respiratória inadequada | Ajustar oxigenação e suporte |
💡 Lembre-se: intervenção sem avaliação é risco, e avaliação sem ação é omissão.
🔁 4. Reavaliar: retorno contínuo do ciclo
Cada intervenção exige monitoramento e reavaliação constante. Isso permite verificar:
- Houve melhora? Estabilização?
- A resposta foi parcial? Algum parâmetro piorou?
- É preciso escalar condutas ou redirecionar o foco?
A reavaliação pode ser feita de forma rápida (ex: repetir ABCDE) ou aprofundada, dependendo da resposta do paciente.
Reavalie sempre:
- Após qualquer mudança clínica
- Após cada intervenção
- A cada 5 minutos em pacientes críticos
📊 Ciclo visual do atendimento no PALS
┌──────────┐ ┌─────────────┐ ┌──────────┐ ┌───────────┐ │ Avaliar │ → │ Identificar │ → │ Intervir │ → │ Reavaliar │ └──────────┘ └─────────────┘ └──────────┘ └───────────┘ ↓ ↑ └───────────────────────<────<────<─────────────────────┘
Esse ciclo ocorre em tempo real, em questão de segundos ou minutos, e é repetido quantas vezes forem necessárias até a estabilização ou reversão do quadro.
✅ Conclusão
A tríade Avaliar → Identificar → Intervir → Reavaliar é o motor do atendimento de excelência em emergências pediátricas.
🚨 Um profissional que domina esse ciclo pensa como o PALS exige: com lógica clínica, prioridade e adaptação.
Seja em uma sala de emergência, UTI ou atendimento pré-hospitalar, esse fluxo mental permite salvar vidas, mesmo sob pressão.
📚 Continue aprendendo
- O que é o PALS?
- Impressão Inicial no PALS
- Avaliação Secundária no PALS
- Via Aérea e Ventilação no PALS
- Frequência Respiratória Ideal na RCP Pediátrica
- Função da Epinefrina na RCP
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